Uma carioca foi vítima de tráfico de bebes, ainda muito nova, ela foi mandada para Israel. A mulher contou com detalhes como funciona o esquema dessa quadrilha, em uma reportagem gravada há um grupo em que todos falam hebraico, mas são todos brasileiros que dividem o mesmo desejo.

Do outro lado do mundo milhares de pessoas procuram os pais biológicos no Brasil, homens e mulheres que quando bebes teriam sido vítimas de um esquema criminoso de tráfico internacional de criança.

Daniela Ashkenazi é uma delas, nascida no Brasil e vive em Israel, com 29 anos de idade e vive na Capital Israelense com o filho e o marido, sendo que em 1987 os pais adotivos dela viajaram ao Brasil com um objetivo, adotar uma criança.

O local escolhido para realizar a adoção foi o Rio de Janeiro, em dezembro daquele ano os pais de Daniela desembarcaram no Galeão, Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim. Naquela época existiam um boato em Israel que era muito fácil adotar uma criança no Brasil, pois não existia nenhuma burocracia, até campanhas publicitárias foram divulgadas em alguns países do Oriente Médio.

Os pais de Daniela passaram dois meses no Rio de Janeiro, aguardando um homem com o nome de Paulo, resolver o processo de adoção, que para o casal Israelense, ele era apenas um intermediário que teria contatos com abrigo de crianças e cartórios da capital. Um trabalho aparentemente legal, mas na verdade Paulo era um dos integrantes da maior quadrilha especializada em tráfico internacional de bebes de todo o país.

Daniela conta que um dia os seus pais receberam uma ligação do Paulo, que estava em companhia do suposto colega de trabalho chamado Nilton, e pediu para que os pais saíssem do hotel. Eles desceram as escadas correndo e quando chegaram na rua viram Daniela pela primeira vez.

Ela estava no porta mala embrulhada em lençóis, depois que os pais e o bebe foram apresentados, eles viajaram junto com Paulo e Nilton para um lugar que tinha outros bebes no Rio de Janeiro mesmo. Uma semana depois eles receberam todos os papeis da suposta adoção, só então retornaram para Israel.

Antes que a documentação chegasse as mãos dos pais adotivos, Daniela conta que tiveram que pagar doze mil dólares, o equivalente a mais ou menos a cento e vinte e cinco milhões de cruzeiro, moeda da época, um valor que correspondia a duzentos e dez salários mínimos naquele ano.

Três décadas depois os pais de Daniela ainda guardam os documentos da adoção, lá na certidão consta o nome de Daniela e dos pais adotivos, porém o documento de adoção consta apenas o nome de Marta Ribeiro Lopes, que seria o nome da mãe biológica.

O documento teria sido emitido pelo 4º Ofício de Notas que funcionava no Centro do Rio, e que agora encontra-se aberto no Recreio dos Bandeirantes na Zona Oeste. Onde foram levados os documentos para saber se eram frios ou reais, onde foram feitos uma busca que semanas depois, Nilton Barros, o tabelião do Ofício constatou que os documentos eram falsos.

Nos anos 80 a polícia Federal conseguiu desarticular a maior quadrilha especializada em tráfico internacional de bebês do Brasil, os criminosos agiam na maioria das vezes no sul do país, eles conseguiam as crianças e as vendiam por um preço milionário para casais que vinham da América do Norte, Europa e principalmente Oriente Médio, estima-se que mais de 3.000 crianças tenham sido vítimas de traficante, pelo ou menos 1.000 delas teriam saído do país pelo Rio de Janeiro. A quadrilha aliciava mães solteiras, roubavam bebes de maternidade e também havia aquelas mães que estava em situação financeira crítica que vendiam os seus próprios filhos.

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